quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Antecipando os 7 dias mensionados, desenharei um pouco do planejamento que norteará a produção do texto e apresentarei o estado de espírito em que me vejo envolvido dia após dia até o primeiro dia dos 7.
Tenho uma filha pela qual alimento uma profunda devoção e um sentimento maior do que a minha capacidade de sentir e entender. A existência dela quebra o meu sentido de solidão inata e existencial e o fato dela morar com a mãe novamente remonta minha solidão com um tempero de força bruta, minha solidão sempre foi acompanhada de perto pela solidão similar do meu pai, que morreu no começo do ano passado, um outro sentimento que não consigo sentir nem entender é o dessa perda.
Nunca tive medo da solidão até esses dois fatos acontecerem, mas a solidão (minha e de todos que não têm medo de assumir esta condição inerente ao ser humano) não deve ser vista como um fato triste ou desesperante, deprimente. Mas sim o medo da solidão é triste pois mostra o medo de enfrentar a si mesmo, desesperante pois estaremos sempre com nós mesmos e deprimente pois estaremos com outras pessoas só por medo da solidão.
A minha primeira leitora on-line, uma filha que peguei emprestada e que não quero devolver nunca mais, estará sempre mais segura consigo mesma, pois conheço a pureza e a beleza de seus sentimentos, do que com qualquer outro, seja com o pai ou comigo mesmo.
Só quem aceita a própria condição e a si próprio saberá compartilhar-se com outras solidões de forma honesta, civilizada e harmoniosa.
Mas o fato é que perdi meu pai, separei e me afastei fisicamente de minha filha (ou filhas). Solidão, o rio corre pro mar e a vida vai melhorar!

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