terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A essência do homem urbano que não se pretende louco, enfurecido ou selvagem.



Fui sábio, tal qual o homem de Magrite, voltei as costas, preservei a fronte, sublimei a luz, me coroei na noite sob o sorriso da lua, sóbrio, ereto, deixei o risco de lado. Se o que via me indignava, não me engano agora de perceber que a indignação me cansa, me deprime, força em mim um espírito de mudança que me impossibilita interagir no mundo e nas coisas/objetos desta indignação, e não conquisto nada e perco a paz, o equilibrio e o brio nesta luta inglória que deixo de lado agora.

Tudo o que sofri em todos os campos do sofrimento humano foi por ter tenteado enxergar a vida e o outro em detalhes, e tateando buscar aperfeiçoá-los na minha sólida consciência do belo, mas estamos todos tão longe da perfeição que tentar nos aproximar dela pode ser a mais sórdida das imperfeições, só não maior que tentar aproximar o outro desta perfeição, ou do nosso conceito de perfeição (o qual para mim é absoluto).

Aprendi que ninguém muda ninguém, talvéz moldemos alguém, quando temos os intrumentos para o fazê-lo desde bebê, talvéz contribuamos para o talho de nossos filhos e sobrinhos, mas isso algum estudioso no assunto poderia falar com alguma propriedade. Cada um, cada um! Não posso me indignar com os atos do outro e não posso deixar de me indignar ao vê-los, assim, só me resta o homem e a lua de Megrite...

...mas não deixarei de buscar algum caminho para que as consequências destes objetos de minha indignação sejam minimizados!

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