segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Que pena que a nossa relação está distante e sem vida, sendo que a vida que semeamos cresce e só com você teria sentido comentar esse processo. Como voce é (e sempre foi) fruto de minha imaginação e assim são todos os parceiros, imaginação própria projetada no outro e quando fraquejamos a imagem distorce e arranha como naqueles hologramas de ficção científica...
E será com essa imagem que passarei a compartilhar algumas impressões legais, doces e carinhosas sobre minha filha... Até por que parte desse holograma acaba sendo incorporado (e rapidamente esquecido).
Num so final de semana foram três as descobertas e conquistas gastronomicas, estrogonof, sanduiche de queijo e coca-cola.
Que delicia ve-la brincando com um bando de crianças mais velhas e ela junto firme, suando no sol para depois brincar no lago, mesmo que ainda no meu colo e de boinha, mas interagindo, rindo, curtindo e o mais legal, posicionando-se.
A forma com que ela espera uma mão dada no hábito cotidiano quando a pequena turma parte para mais uma brincadeira e como ela se esforça para ficar sem a mão do outro ao ver que naquele grupo são todos crianças, mesmo que mais velhas, é de uma beleza natural e apaixonante.
Tenho me sentido muito cansado. Primeiro por que senti muito e o sentimento cansa muito mais do que o esforço e quando ele é sujo nos polui, quando é pesado nos carrega e quando e quando negativo nos consome.
Depois por que não tem nada mais frustrante do entrar numa corrida, não para vencer mas para competir, concluir, passar pela reta final, e para no meio, sem ao menos ver o cara da chegada, tentar mais um pouco e jogar a própria toalha.
Ter mão para jogar a toalha e não ter pé para conpletar o percurso, longo percurso com uma boa parte percorrida mas que se deve abandonar, chega, pula-se a corda de proteção, sai pela direita, sentido diverso, sem sentido, margea-se um pouco a pista percorrida e logo ve que ela não mais te pertence e se volta para fora, fora do caminho no qual tanto compenetrou-se, dedicou, treinou e perseguiu.
Vira, sai e volta-se para outro norte, desnorteado, nocalteado pela vida e pela erupção de sensações para as quais não estava preparado, mas aprendemos rapido e recapitulamos mais ainda, mesmo que com gosto ruim na boca e os pés descalços pelas bolhas e feridas adquiridas no caminho.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Todo mar é tempestuoso na profundidade,
escuridão, marés, fendas. Desconhecido,
Ele se alimenta dos que nele navega
sem aviso chamado cuidado nem desafio.

O mar morno afoga no afago
nesse sentido é mais triçoeiro
do que o mar tempestuoso
(nitidamente tempestuoso)
num paradoxo, menos perigoso
pois te apresenta a opção do risco.

Aprumar é a palavra de ordem.
Aprumar no sentido de dar rumo a vida,
e o homem só apruma na velocidade,
e só na velocidade que sai do prumo
sem perder o equilíbrio.

(Agora o mar morno navego e nao sou navegado).

Estaremos bem pelos próximos dias
quisá pelas próximas horas
Eu não arranquei a máscara,
você que transfigurou minha face
como o tempo e o desamor.